Robson Z. Conti
Pesquisador Senior
Joined: 09 Jan 2012
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Location: Jundiaí
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Posted:
Sat Oct 13, 2012 1:27 pm Post
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Durante esta semana foram anunciados os
ganhadores do Nobel de Física deste ano, outorgado a trabalhos tratando de
física de partículas. Maiores detalhes podem ser vistos no endereço... http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nobel-fisica-2012&id=010165121009
... do qual ressalto o seguinte trecho.
“Serge Haroche e David J. Wineland ganharam o
Prêmio Nobel de Física 2012 por seus "revolucionários métodos
experimentais que permitiram a medição e a manipulação de sistemas
quânticos individuais"...
O campo em que os dois trabalham teve um avanço de
impacto em 2011, quando uma equipe canadense demonstrou a possibilidade da
chamada "medição fraca", uma forma de medir sistemas quânticos
individuais que não apenas não destrói as partículas, como não interfere
com elas.”
Se nos atentarmos para o que a pesquisa que abriu as
portas para esta nova fase na Física... http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=medicao-fraca-interpretacoes-mecanica-quantica&id=010165110607
... nós constatamos também que o que nela é chamado de “Verdades
elusivas” (ou seja, verdades vagas, um rebaixamento e tanto para o que
até o início desta semana tinha o invejável status de um princípio
indesafiável), assim enunciadas
“1. Uma partícula quântica pode se comportar como
uma partícula ou como uma onda, mas não as duas coisas ao mesmo tempo.
2. Não é possível medir uma partícula quântica sem
interferir com ela.”
Até onde estou informado, estas “verdades” constituem
a base das mais aceitas interpretações na física de partículas as quais, de
um momento para o outro, são colocadas em questão quando observamos que “o
fóton - que os cientistas chamam de sistema quântico - comporta-se
simultaneamente como partícula e como onda, continuando a gerar o
padrão de interferência típico das ondas mesmo quando passa por uma única
fenda.” [grifos meus]
Ou seja, se isto estiver correto, então as
partículas subatômicas, a que os pesquisadores denominam de sistemas
quânticos seriam, ao mesmo tempo partículas e ondas. Mas como
poderia ser isto? Na minha humilde opinião seria o equivalente a
observarmos de longe e de apenas uma posição, como se observássemos apenas
o topo do olho de um furacão a partir da Lua com um telescópio de baixa
resolução, o que seria condição análoga as que até então podíamos observar
partículas, de forma que ela seria “vista como uma partícula”, apenas uma
imagem borrada que nos permitisse perceber somente os contornos da
estrutura. Já se observarmos o mesmo furacão a partir de vários pontos da
superfície do planeta e da estratosfera, de modo a percebermos a todas as
suas subestruturas... http://img149.imageshack.us/img149/669/image007cts.jpg
...que é o que eu tenho proposto no tópico http://forum.if.uff.br/viewtopic.php?t=1832
e em outros tópicos de forma mais resumida, como da postagem http://forum.if.uff.br/viewtopic.php?p=8084#8084
(Posted: Fri Jul 20, 2012 11:43 pm) em diante no tópico a respeito de
Gravidade e Big-Bang.
O artigo também coloca que “O experimento também
balança - embora não derrube - o Princípio da Incerteza da Heisenberg,
mostrando que ele não é tão rígido quanto parecia, seguindo uma tendência
que já vem sendo demonstrada em outros trabalhos.”, o que está em linha
com o que se pode verificar no endereço... http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=conexao-entre-fenomenos-quanticos&id=010130101119
...onde temos informações adicionais e também a figura que pode ser vista
também no endereço... http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/imagens/010130101119-atomos-assombrados.jpg
. Nesta figura, a respeito do entrelaçamento quântico, podemos verificar
como algumas pessoas imaginam que poderia ser feito o entrelaçamento
quântico. Ele é mostrado da mesma forma que eu tenho proposto (e mostrado
as imagens) que seriam configuradas praticamente todas as estruturas
estáveis existentes em regiões em que não existam barreiras e limites
rígidos ou campo elétrico ou gravitacional muito forte a produzir uma
tendência, na forma de uma célula com dois lóbulos, o que poderia levar o
que consideramos partículas individuais a algumas vezes serem efetivamente
regiões de uma única estrutura, que é a forma como atualmente vejo o
universo observável, apenas uma parcela de uma estrutura bem maior, também
no tópico que propõe uma estrutura fractal para o Universo, particularmente
no texto... http://forum.if.uff.br/viewtopic.php?p=8524#8524
.
Além disto, no endereço... http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=teorema-abala-fundacoes-mecanica-quantica&id=010130111124
...temos que “A função de onda há muito tempo é interpretada como uma
ferramenta estatística que reflete nossa ignorância sobre as partículas
quânticas. Mas agora um trio de físicos ingleses está defendendo a ideia
quase chocante de que a função de onda na verdade é algo real, fisicamente
real, e não uma probabilidade estatística” e que “Dois sistemas
quânticos são preparados independentemente. O estado quântico de cada um,
determinado pelo método de preparação, é ou 0 ou positivo. Os dois são
postos juntos e medidos. Segundo a nova teoria, o resultado da medição
somente pode depender das propriedades físicas dos dois sistemas no momento
da medição”, o que aparentemente devolveria à realidade, e não mais ao observador,
a condição de determinar os fatos. Noutros textos aqui publicados eu já
havia colocado a minha opinião a este respeito, a qual em resumo propõe que
o princípio da incerteza era decorrente apenas das limitações dos métodos
que utilizávamos para tomar as medidas, e não algo inerente à natureza
intrínseca da matéria.
É interessante notar que, conforme consta também
neste artigo da Inovação Tecnológica, “a revista Nature não publicou,
apenas comentou o artigo, que está no repositório arXiv, ainda não
publicado por nenhuma revista revisada pelos pares”, o que demonstra o
cuidado com que estes assuntos são tratados, já que destoam bastante do
pensamento majoritário. Cumpre notar que tradicionalmente as ideias que
propõem soluções um pouco mais distantes dos modelos com maior aceitação em
cada época, têm de aguardar um pouco para que mais evidências concordantes
sejam fornecidas e a mentalidade dominante se adapte à nova situação,
quando estas ideias diferentes demonstram capacidade de descrever adequadamente
a realidade, ou sejam esquecidos, quando a tese não “emplaca”. Em geral, as
mentes formadas dentro de um sistema de pensamento que apresenta razoável
sucesso em explicar e prever as coisas exibem uma histerese natural em sair
daquela região de conforto.
Mas, conforme já disse aqui outras vezes, se não nos
matarmos antes pela diferença entre ter boa educação e ter bom nível de
conhecimento técnico que às vezes se nota em nossa sociedade planetária,
mais ano menos ano, mais século menos século, chegaremos lá. As minhas
expectativas variam. Às vezes eu me animo (como agora, com a verificação de
contradições entre o resultado de experimentos e princípios antes sagrados)
e outras vezes eu desanimo (temos encontrado as contradições não é de hoje,
mas o mapa mental, os paradigmas e as premissas que formam a maneira com a
qual pensamos o mundo, resulta na mesma histerese de outras épocas), também
sou sujeito a ciclos, como tenho proposto que todo o restante o é.
De qualquer forma, se eu estivesse estudando física
agora, eu tomaria o máximo cuidado para não engessar a mente, já que o que
era matematicamente certo nas últimas oito décadas já apresenta rachaduras,
as quais não estão ficando mais estreitas e sim mais largas, e as coisas na
física moderna, assim entendida como o que não está no escopo da física
clássica, poderão ser englobadas pelos sólidos ensinamentos a nós deixados
por Arquimedes, Galileu, Copérnico, Kepler, Newton, Huygens, Lorentz,
Maxwell, Kelvin e Lorentz. Eu não coloquei os nomes de Planck, Einstein,
Friedman, De Broglie, Schroedinger, Hoyle, Bohr e Heisenberg na lista pois
são expoentes da física moderna, a qual acredito que, com o passar do tempo
e com a sucessão de experimentos mais elaborados e precisos, acabará se
encaixando no corpo da física clássica, de forma a percebermos apenas como
um complemento natural, e não como um sistema em que a estranheza seja a
marca registrada, que é o que caracteriza hoje a física moderna, surgida
como uma solução provisória que acabou assumindo uma posição de titular em
vista da nossa pouca capacidade em investigar a realidade intra-atômica de
forma não destrutiva, obstáculo este que aparenta-me estar começando a ser
superado, como o demonstram os últimos experimentos.
Apesar deste compreensível cuidado que os editores
têm, pode-se observar que o padrão apresentado pela figura lá descrita como
“ Representação radial da função de onda de um elétron”...
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/imagens/010130111124-funcao-onda-eletron.jpg
...pode ser reconhecido em um grande quantidade de estruturas e eventos,
tão simples e inócuas quanto a queda de uma pedra em um lago,
...até furacões... http://www.hurricanescience.org/images/HurricaneCrossSectionwithWinds2_lrg-glry.jpg
...linhas de indução em torno de condutores de corrente
elétrica... https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqJztQgvKSr1TW7DAaU4qr_XyCDOL8P7OElqWcYFCC69Wd7VkRcUzGu6GtmjDZfCTbkwVnDqmXaKUaMeqy7VLBqbG9j4ZGs5A_TBqoH5usxvUIPhf5O24e_5Obnnc4J2uY6iFSgnLujjc/s1600/campis.jpg
http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/ensmedio/fisica/ampere-01.jpg
...anéis planetários... http://www.nasa.gov/images/content/126296main_pia03550_detail.jpg
...células de convecção em nossa atmosfera... http://www.srh.noaa.gov/jetstream//global/images/jetstream3.jpg
...luz... http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/imagens/010110111214-ondas-de-luz.jpg
... e regiões polares em outros planetas... http://www.jpl.nasa.gov/images/cassini/pia09187-200.gif,
dentre outros.
Em termos gerais, a minha opinião é que a dualidade
onda/partícula (e o comportamento ondulatório da matéria) não é exatamente
uma separação no tempo e sim um reflexo da (baixa) qualidade da
observação/medição que até agora tínhamos. Olhada de longe uma estrutura
complexa como uma imensa estrela ou uma descomunal galáxia será vista como
um ponto de luz apenas pela baixa eficiência do equipamento de observação,
de forma que a dualidade seria fruto de nossa baixa condição tecnológica, o
que aparentemente está sendo resolvido de modo a nos propiciar meios de
perceber os detalhes e ver que as partículas são, na minha humilde opinião,
estuturas dispostas no espaço intra-atômico da mesma maneira que os
sistemas de fluidos turbulentos se dispõem nas escalas humana e
astronômica.
Se, apenas por hipótese, trabalharmos em um cenário
em que tudo o que conhecemos como “partículas subatômicas” forem estruturas
(da mesma forma que a mais aparentemente monolítica das rochas é uma
estrutura formada por átomos e moléculas) e observarmos que tais
“partículas” conseguem ter a plasticidade que suas propriedades (campos,
polaridade e, principalmente, spin não inteiro) demonstram, para que se
passem na eletrosfera dos átomos (e também no interior do núcleo) eventos e
fenômenos em um ambiente com densidade média acima de 1013 para
o elétron e de 1017 Kg/m3 para prótons e nêutrons,
então as partículas elementares que constituiriam tais estruturas haveriam
de ser muito pequenas (talvez da ordem do comprimento de Planck) e
excepcionalmente densas (acima de 1030 Kg/m3), da
mesma forma que átomos e moléculas são extremamente pequenos e densos em
relação aos objetos na escala humana. Tendo sido observada uma grande
identidade no formato de um sem número de entidades, e também que o que
produz este formato na escala humana é o choque entre moléculas, estou
propondo que a mesma solução abrangeria também os mundos atômico e
astronômico, para o que seria necessária apenas a existência de partículas
elementares, de dimensões físicas próximas ao comprimento de Planck e
extrema densidade, conforme acima externado.
Um daqueles pequenos detalhes que podem fazer toda a
diferença é que a Incerteza Quântica não é considerada uma lei e sim um
princípio, ou seja, uma premissa adotada com fundamentação em muitíssima
experiência e observações e que, se assim adotado, impede que qualquer
lei que o contrarie seja considerada correta. Só que quando os experimentos
mais acima descritos constataram que “o fóton ... comporta-se
simultaneamente como partícula e como onda, continuando a gerar
o padrão de interferência típico das ondas mesmo quando passa por uma única
fenda”, o que era até então um princípio indesafiável foi falseado por
um experimento que pode ser repetido por qualquer pessoa em idênticas
condições. Isto pode nos levar a nos questionarmos o motivo pelo qual ainda
consideramos o “Princípio da Incerteza” válido, se ele entrou em
contradição com observações reproduzíveis (conforme acima colocado imagino
que estamos aguardando mais dados para ser formado um quadro mais
consistente, pois as observações que estamos passando a ter capacidade
tecnológica para fazer, já o contradizendo, o estão invalidando como um
princípio).
É sugestivo o enfoque que é dado aos resultados das
pesquisas ganhadoras do Nobel, em que não há o mais ínfimo questionamento
das premissas sobre as quais se fundamentam a Teoria Quântica, e sim como
passos para a construção de sonhados computadores quânticos e de relógios
ultra precisos (o que não ocorre com o trabalho que propõe “que a função
de onda na verdade é algo real, fisicamente real, e não uma probabilidade
estatística”, o qual questiona as teses majoritárias e talvez em razão
disto não consegue ser publicado e muito menos ganhar o Nobel). Na minha
opinião, no entanto, a continuidade das pesquisas irá aos poucos desenhar
um quadro mais amplo, o qual poderá mostrar os detalhes que permitirão
encaixar a física moderna na clássica, acabando por levar à mesma situação
que já ocorreu em relação a outras teorias, montando finalmente o grande
quebra cabeças, de modo que poderá ocorrer a percepção de um padrão de
comportamento bem distinto daquele ao qual nos agarramos nas últimas oito
décadas, que apontavam comportamentos diferentes para os mundos micro,
macro e cosmológico. É evidente que eu tenho plena consciência que tal
unificação poderá não ocorrer e o mundo subatômico continuará a ser
governado por leis estranhas produzindo estranhezas. Caso isto ocorra vou
ter de me conformar (mas vou continuar a achar estranho, da mesma maneira
que o meu amigo Einstein considerava, aliás, no que era acompanhado por
Schroedinger).
[]s
PS: [1] Mais informações sobre o Nobel deste ano
em... http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/2012/
The Nobel Prize in Physics 2012 was awarded jointly
to Serge Haroche and David J. Wineland "for ground-breaking
experimental methods that enable measuring and manipulation of individual
quantum systems."
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/2012/popular-physicsprize2012.pdf
Serge Haroche and David J. Wineland have
independently invented and developed ground-breaking methods for measuring
and manipulating individual particles while preserving their
quantum-mechanical nature, in ways that were previously thought
unattainable.
...e a respeito de uma das teses que propõem modelos
diferentes da corrente majoritária...
http://xxx.lanl.gov/pdf/1111.3328v2.pdf
(On the reality of the quantum state)
[2] A assim chamada superposição de estados, a qual
supõe-se não ser observada em objetos macroscópicos, poderia apenas ser a
distribuição espacial das substâncias que compõem uma estrutura formada por
fluidos. No exemplo que mais tenho usado, um furacão seria o equivalente a
uma partícula em estado excitado, as moléculas que o formam estão
distribuídas por uma vasta região, em termos verticais do nível do mar até
o limite com a estratosfera, podendo chegar a 2 mil Km na horizontal (mesmo
o menor já observado tinha 100 Km de diâmetro). Ao ser observada de longe,
esta estrutura pode aparentar estar em vários locais ao mesmo tempo, e
está, pois diferentes parcelas de qualquer estrutura não podem ocupar o
mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo. Mas nem necessitamos tanto, o exemplo
mais costumeiro de superposição quântica é a formação dos padrões de
interferência das ondas em experimentos com luz. Este tipo de fenômeno pode
ser observado com facilidade, bastando para isto que se use o Google Mapas
para mostrar a "Ilha da Ponta Ubatuba”. Entre a referida ilha e a
praia pode-se observar o famoso padrão de interferência, pois as ondas
provenientes do alto mar são divididas pela ilha para, em seguida, cada
parcela interferir com as que passaram pelo outro lado da ilha, igualzinho
ao que ocorre na experiência da dupla fenda, mas na nossa escala de tamanho
e sem nenhum mistério.
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O mundo é simples, é tudo igual, é tudo célula de
convecção.
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